O herpes zoster é uma doença infecto contagiosa causada pelo vírus da varicela zoster - o vírus da catapora (cobreiro). Muitas pessoas que tiveram catapora, na infância, tem esse vírus de forma perene no corpo em uma região do sistema nervoso chamada gânglio da raiz dorsal de onde o vírus pode novamente sair e deslocar até a pele causando nova erupção formando bolhas extremamente dolorosas. Normalmente isso vai ocorrer quando há alguma queda na resistência imunológica da pessoa provocada por stress, desnutrição, câncer ou quadros emocionais intensos.

Muitas vezes, antes de as lesões na pele surgirem, o paciente pode relatar dor de forte intensidade no local da pele e acabar confundindo-se com dores musculares, ciático, dor de dente. O diagnóstico nessa fase é mais complicado pois como não há l;esão visível, pode levar tempo (alguns dias) sem que tenha o diagnóstico e se faça o tratamento antiviral adequado. Após alguns dias, surgem lesões bolhosas e muito dolorosas onde a pele, no local, fica tão sensível onde o toque da roupa ou do vento pode causar muito desconforto. Nessa fase de bolhas, nas quais muitas se rompem, há a transmissão do vírus a outras pessoas de contato próximo e, recomenda-se manter certo distanciamento e cuidados especiais com roupas de cama, toalhas e itens que pudessem ser compartilhados. Assim que o diagnóstico é feito recomenda-se o tratamento antiviral com aciclovir, famciclovir ou valaciclovir além do uso de analgésicos para controle da dor. 

Apos essa fase , as bolhas irão cicatrizar e a transmissão já não é mais um problema. Nessa fase, os pacientes podem melhorar das lesões e das dores ou prosseguir para um quadro de manutenção das dores em choque, queimação, ardência, agulhada, facada com muito forte intensidade à despeito de as dores terem cicatrizado. 

O tratamento dessa dores, normalmente é feito com uso de analgésicos potentes como codeína, oxicodona, tramadol, buprenorfina, metadona e também com medicamentos que chamamos neuromoduladores que irão, além de tratar a dor, reduzir os riscos dessa dor levarem ao que chamamos de memória da dor (dor crônica). Esses medicamentos são, por exemplo, pregabalina, gabapentina, duloxetina, carbamazepina. Esses medicamentos fazem parte de classes de antidepressivos, anticonvulsivantes pois agem em áreas do cérebro envolvidas na dor crônica e possuem um bom poder analgésico. Além desses, existem também opções de adesivos de lidocaína que podem ser aplicados no local da dor e que podem ir dessensibilizando o local.

Há ainda a possibilidade da realização de procedimentos intervencionistas minimamente invasivos para ajudar a controlar as dores e trabalhar no controle da dor crônica como, por exemplo, bloqueios anestésicos dos nervos acometidos pelo herpes, aplicação de radiofrequência que é a passagem de uma corrente elétrica de baixa energia com o objetivo de modular o nervo, implante de sistemas de estimulação de nervos ou estimulação medular. E há também casos onde há a necessidade de realização de cirurgias  mais invasivas em casos refratários. 

Existe hoje também uma vacina que pode ser utilizada por indivíduos acima dos 50 anos de idade com o objetivo de prevenir a ocorrência de herpes zoster. Para quem já teve herpes zoster, o uso da vacina é recomendado desde que não tenha tido a infecção nos últimos 6 meses.

Procure sempre um médico ao menor sinal de dor local com tais características ou lesões em pele para que o tratamento adequado seja iniciado o quanto antes!

Confira o vídeo falando sobre a neuralgia pós herpética.